O QUE SÃO E DA ONDE VÊM?
Os óleos essenciais são extratos vegetais super concentrados e obtidos por certas variedades de arvores, arbustos, ervas, gramas, raízes, frutas e flores. Por exemplo, o óleo essencial de Vetiver é extraído da raiz da grama Vetiveria zizanioides. Já o óleo essencial de Gerânio é extraído das folhas e dos talos, enquanto a Mirra, o Olíbano e o Benjoim são extraídos das resinas de suas respectivas árvores.
Estes extraídos são compostos por moléculas voláteis, que apresentam propriedades curativas e benéficas devido a sua composição química complexa e concentrada. Essa mistura de centenas de componentes químicos atua de acordo com sua constituição e função na planta. Na planta, os óleos essenciais se encontram armazenadas em minúsculas glândulas especializadas e atuam como meio de sobrevivência, já que são capazes de influenciar, na manutenção de temperatura, na hidratação, atraindo insetos polinizadores, repelindo pragas e fungos, reparando tecido lesionado e entre outros.

A identidade química da planta fornece “dicas” de qual função o óleo essencial terá em nós. Por exemplo, um composto químico do óleo essencial, que prevenia a ação de microorganismo no material vegetal, provavelmente irá funcionar como um potencial antimicrobiano para nós.
O óleo essencial é lipofílico, inflamável e altamente aromáticos. Em ordem de preservar todas estas características de um verdadeiro óleo essencial, não se deve tentar alterar sinteticamente sua composição, pois estará eliminando toda a sua dinamicidade, bioatividade e sua função terapêutica. Possui compostos, ações, aromas e consistência diversificadas.
EXTRAÇÃO DO ÓLEO ESSENCIAL
Existem uma variedade de métodos para realizar a extração dos óleos essenciais que varia de acordo com a espécie da planta. O mais comum é a destilação a vapor, mas existem também: extração com CO2, extração por solventes, prensagem a frio e enfleurage. Os constituintes químicos e a natureza da planta que determinam a escolha do método, além de estabelecer as propriedades medicinais dos óleos.
A IMPORTÂNCIA DA QUÍMICA
Como citado anteriormente, a constituição química é um fator indispensável na determinação da propriedade medicinal de um óleo essencial. Ele pode conter mais de 100 constituintes, sendo classificados em diferentes grupos funcionais químicos (álcool, ésteres, éteres, cetonas, aldeídos, fenol, entre outros). Entretanto, há também uma pequena parcela de compostos não conhecidos.

Além dessa complexidade química, os OEs possuem propriedades que lhe atribuem características vibrantes. Em termos de frequência eletromagnética e assinatura vibracional, alguns óleos possuem leitura de mega-hertz mais altas que outros. As propriedades elétricas dos óleos essenciais são definidas em termos positivo-negativo e polaridade. Uma molécula aromática pode ser negativa e polar, negativa e não polar, positiva e polar ou positiva e não polar.
Uma mesma planta pode diferenciar em todas essas características citadas anteriormente dependendo de onde e como ela é plantada, pois as condições de clima e plantio influenciam em suas peculiaridades. Isto é, a hora da colheita, o solo, condições meteorológicas, temperatura determinam sua composição. Por exemplo, a Lavanda plantada na França terá certa composição que não será na mesma Lavanda cultivada na Inglaterra e muito menos no Brasil.
Então, as atividades farmacológicas dependem da constituição química de cada óleo, então se há uma alteração na constituição de suas substâncias, consequentemente haverá mudança nas atividades terapêuticas. Dessa maneira, é possível observar que os óleos essenciais são complexos e únicos. Agem com eficiência em nível bioquímico, celular, físico, emocional, intelectual e espiritual.
A composição química do óleo também diz muito sobre sua volatilidade e viscosidade. Aqueles que possuem moléculas mais “leves” tendem a se volatilizar com mais facilidade, além de serem mais fluídos, como por exemplo os monoterpenos. Em contrapartida, os mais “pesados” são mais viscosos e levam mais tempo para se transformarem em seu estado gasoso, como os sesquiterpenos.
OLHE SEMPRE OS QUIMIOTIPOS
O quimiotipo de uma planta se refere ao componente químico mais prevalente em sua composição, sendo modificado dependendo da espécie e do modo de plantio da planta
A mesma espécie de planta pode produzir OEs com diferentes componentes químicos, logo a substância prevalente pode mudar. Consequentemente, o seu quimiotipo será outro.
Por exemplo o tomilho produzido em nível do mar apresenta certa quantidade de Timol, que é um fenol imunoestimulante, bactericida e antisséptico. Em certas dosagens esse composto causa irritação a pele. Por outro lado, em altas altitudes, o Tomilho apresentará maior composição de Linalol, um álcool equilibrador e com propriedades antiinflamatórias e antiespasmódicas. Este é mais seguro pois não tem o cuidado de ter irritação na pele.

Portanto, as vezes você compra um óleo essencial esperando certa ação, mas na verdade terá outra porque o quimiotipo é diferente.
CUIDADO COM AS MARCAS DE ÓLEO ESSENCIAL
As indústrias consumidoras de óleos essenciais são: perfumaria, farmacêutica, alimentícia, cosmética, produtos de limpeza, spa, preparos odontológicos, tintas, têxtil e até de cigarros. São muitas né? A produção da Mãe Natureza não consegue acompanhar a grande demanda deste produto precioso.
A maioria dos óleos essenciais disponíveis no mercado hoje não atendem a Aromaterapia Clínica, que tem como objetivo o uso 100% terapêutico. Nesta prática é necessário o respeito tanto dos fatores de cultivo da planta quanto dos fatores da destilação. Isto é, as plantas precisam ser cultivadas em condições ideais (solo, ambiente, temperatura e luz) e a colheita deve ser também na hora certa. Além disso, o método de extração difere a qualidade do óleo requisitado para a prática clínica, a qual também é necessário cumprir todos os fatores de destilação (material do destilador, tempo, pressão e temperatura.
Algumas indústrias, afim de baratear o custo de produção do OE, não respeitam este cultivo, colheita, método de extração e seus fatores. Somado a isso, elas adulteram o produto final pelo mesmo objetivo. A indústria de perfumaria, por exemplo, está mais interessada no aroma do que nas propriedades terapêuticas, então, elas adicionam substâncias sintéticas aromáticas, como o linalol, para intensificar o aroma e requisitado e diminuir o custo. Há muito mais sobre essa indústria dos óleos necessários e as adulterações, mas isso vai ficar para uma outra matéria do blog.